Para chegar à ilha Cát Bà existem diversas possibilidades: o ferry-boat (que demora cerca de 3 horas), os hydrofolis (uma hora e meia de viagem) e o speed-boat (que demora cerca de trinta minutos), sendo os preços inversamente proporcionais ao tempo de percurso.
De acordo com informações que recolhemos a viagem de ferry é a mais bonita, e a mais barata, mas como estávamos cansados pois a viagem até Hài Phong prolongou-se por mais de quatro horas, sempre em autocarros pouco confortáveis e sem ar-condicionado, pelo que nos decidimos pelo speed-boat. Quando nos dirigimos ao local de venda de bilhetes, uma pequena mesa desdobrável, de baixo de uma árvore junto à estrada, uma antipática senhora, explicou-nos que o preço era outro e que o barco não partia do sitio onde estávamos, tudo isto sem tirar o palito do canto da boca. Assim pagámos 250.000 VND em vez dos 110.000 VND que sabíamos que o bilhete custava.
Por sorte compra-mos os dois últimos bilhetes para o autocarro que partiria passado pouco minutos. Que nos levou até ao porto, por uma estrada sem asfalto em péssimas condições, através de uma zona industrial, que com o cinzento-chumbo do céu deu a esse percurso uma atmosfera apocalíptica.
O mesmo pesado céu, em que dificilmente se distinguia a linha do horizonte, criando uma uniformidade nas cores, acompanhou-nos no viagem de barco, em que contornámos Cat Bá, por entre barcos de mercadorias e de pesca, para atracar-nos no extremo poente da ilha. Aí esperava-nos uma curta viagem de autocarro, até à cidade principal: Cát Bà Town.
A maior parte das pessoas visita a baia de Halong, em excursões que saem de Há Nôi directamente para o porto de Cát Bà, onde apanham o barco para o passeio pela baía de Halong. Nós optámos por nos dirigir à ilha de Cát Bà e a partir daí relaxar e organizar as coisas para a próxima etapa.
À chegada a Cát Bá, encontrámos uma pequena cidade sem nenhum motivo de interesse que se desenvolve ao longo do porto de pesca, dominada por prédios altos e estreitos, muito deles em construção ou em obras. Praticamente toda a actividade da cidade está virada para o turismo, tanto nacional como estrangeiro, em particular para os passeios na Baía de Há Long, dominando os hotéis, pensões, restaurantes e agências de viagens.
Assim que saímos do bus dirigimo-nos para o edifício onde ficam os escritórios da Slopony Adventures, que é uma empresa virada essencialmente para a escalada, mas que também organiza passeios de barco pela baía de Há Long e diversas outras actividades.
Como era fim-de-semana a ilha estava cheia de turistas vietnamitas, pelo que não nos esforça-mos muito por procurar quarto, tendo ficado no hotel onde se situa os escritórios da Slopony: a Nolbe House, pelo inflacionado preço de 380.000 VND (quase 16€) sem pequeno almoço, mas com boas condições e com varanda com vista para o porto.
Hotel Noble House
Zone IV Cat Ba, Hai Phong
Tel: (+84.313)888 363
Fax: (+84.313)888 363
Slopony Adventures
222, 1/4 Street, Group 19, Ward 4
Cát Bà Island
Vale a pena consultar o site, mesmo que não se esteja interessados em programas de escalada, pelas dicas que são dadas relativamente à melhor maneira de chegar até Cát Bà, e sobre o Viet Nâm de uma forma geral. O pessoal é impecável e esclareceu-nos todas as duvidas, prontamente por mail, relativas à melhor maneira de chegar até Cát Bà, visto que não optámos pelo percurso mais comum, que é vir de Há Nôi.
Consultámos o nosso anfitrião, Onslo Carrington, da Slopony, para nos organizar um passeio de barco pela baía de Há Long com dormida a bordo. Comparando os preços e os vários tipos de barcos optámos por um pequeno, pois não queríamos ir num barco com muita gente. Enquanto nos decidíamos, por sugestão do Onslo propôs que partilhássemos o barco com uma rapariga americana também interessada no mesmo percurso e que se encontrava sozinha. Revelou-se uma excelente decisão pois foi uma simpática e interessante companheira de viagem.
Para retemperar forças e vencer o desânimo que se apoderou de nós perante tão desinteressante cenário, quando esperávamos encontrar uma ilha pacata e encantámos mais uma desinteressante cidade onde reina o barulho e a confusão, decidimos ir almoçar.
Escolhemos o Bam Boo Café, situado na avenida principal, pois tinha alguns ocidentais e parecei ter boas condições de higiene, o que passámos a valorizar depois de algumas experiências menos felizes. Contudo foi uma péssima escolha: a galinha agri-doce parecia uma refeição instantânea e os noodles com vegetais sabiam a ketchup. Praticamente não comemos nada, o que deixou a empregada com um ar muito triste, mas pagámos 117.000VND.
No dia seguinte decidimos dar uma nova oportunidade, e tomámos um delicioso pequeno-almoço composto por sandes de ovo mexido, panquecas com banana e mel a acompanhar com um revigorante café vietnamita.....uma extravagância de 130.000VND. Redimiram-se!
Bam Boo Café
TÔ 18 – Khu 4
T.T Cát Bà – HP
031.3887552
Como não havia muito para fazer decidimos afastar-nos um pouco e a pé fomos explorar umas praias situadas mais a norte, metodicamente designadas por Beach 1, 2 e 3. Todas estava rodeadas de resorts com nomes como Sunrise e Ocean Beach. Escolhemos a que nos pareceu mais calma; o areal era ocupado por jovens casais vietnamitas, que praticavam jogos um pouco para o infantil, enquanto os ocidentais repousavam ao sol junto à piscina do hotel, tudo acompanhado por animada musica.
Depois de um revigorante banho no mar, sem ondas e com temperatura razoável, que nos restabeleceu as energias e o ânimo, percorremos a marginal junto ao porto de pesca enquanto o sol se escondia na linha do horizonte.
Pela primeira vez experimentámos sumo de cana de açúcar, bastante frequente por estas paragens. Muito bom e muito doce, combinava bem com uma pedra de gelo mas não arriscámos.
Deparámo-nos com várias lojas de venda especializadas na venda de marisco, tanto vivo como seco, e de outros produtos de origem marinha, como estrelas do mar e cavalos marinhos, metodicamente organizados em frascos, como se fossem conserva. Percebemos ser uma grande iguaria pois era procurada pelos visitantes vietnamitas. Outros dos produtos expostos são os pepinos-do-mar, que é um animal que vive no fundo do mar, com um aspecto semelhante a uma lesma, mas de cor preta e bem maior; uma iguaria nestes países asiáticos.
Jantámos num restaurante da cidade, perto do porto depesca e do mercado local, que encontramos cheio de vietnamitas. Escolhemos choco frito, em manteiga e um peixe que veio cozinhado ao vapor com gengibre, muito suave, tudo acompanahdo com arroz. Quando digo que escolhemos, escolhemos mesmo: no restaurante, encontravam-se diversos tanques com uma grande variedade de peixes, que o emprego apanha com uma rede de acordo com a nossa escolha.
Não foi nada facil comer peixe com pauzinhos, até agora não nos tinhamos deparado com este problema, pois toda a comida está pensada para este tipo de utensílio.
Estava tudo muito bom, e pagamos por este pitéu 280.000 VND, cerca de 14$. Até agora foi a refeição mais cara!
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