Halong Bay

O nosso passeio começou após o almoço, tendo-nos reunido com a nossa companheira de viagem e o Slo, junto à Noble House. Daí fomos em honda-om, que é o mesmo que dizer “à pendura” numa mota conduzida por um vietnamita, até ao porto, um pouco mais afastado de Càt Bà Town, onde nos esperava o barco com a respectiva tripulação.



O barco, comercialmente designado por Vietnamise Cruise boat, tinha dois quartos cada um com casa de banho, um espaço coberto onde tomámos as refeições e no piso de cima um deck com espreguiçadeiras. A viagem terminaria no dia seguinte pela hora do almoço e incluía o jantar e o pequeno almoço (70$ por pessoa, sem duvida a nossa maior extravagância desta viagem!). As bebidas são pagas à parte, sendo a cerveja a 100.000 VND.



O barco era bastante silencioso e a tripulação discreta e simpática, particularmente depois de perceberem que a nossa companheira de viagem era de origem vietnamita e que falava um pouco da língua.



O tempo não estava muito bom, com o céu fechado por grossas nuvens cinzentas, tendo mesmo caído uma ligeira chuva durante a manhã. Apesar dos receios, o resto do dia, e a noite passou-se sem chuva, somente tendo chovido no dia seguinte.



Após abastecermos o barco de combustível, numa bomba de gasolina flutuante, afastámo-nos do porto para iniciámos a nossa viagem navegando silenciosamente pelos labirínticos percursos entre as centenas de formações rochosas calcárias, que emergem a pique de dentro de água, cobertas de vegetação. Esporadicamente vislumbram-se pequenas extensões de areia formando paradisíacas praias completamente desertas, e só acessíveis por barco.



A nossa primeira paragem foi numa ilha, onde a backpahers hostel tem montado um acampamento onde se podem passar uns dia; chamam-lhe a monkey island, devendo o nome aos macacos que lá foram recentemente introduzidos e que se mostram pouco amigáveis para com os visitantes. Aí deixamos o Slo entregue às suas actividades de escalada.



De seguida, dirigimo-nos para num dos muitos viveiros de peixe que se encontram em grande numero ao longo desta parte da baía.



Quando nos dirigimos para zonas mais selvagens, pouco antes do fim do dia, o barco parou para mergulharmos nas quase paradas e profundas águas desta baía, que de tão calmas permitem espelhar na perfeição a paisagem que nos envolve. A água não estava muito quente mas soube bem mergulhar neste mar escuro e misterioso e apreciar o silêncio que reinava no local, acentuado pela atmosfera densa provocada pelo céu cinzento-chumbo.



Com o cair da noite dirigimo-nos para uma zona mais ampla, abandonando um pouco os labirínticos canais; encontrávamo-nos numa zona completamente rodeado de montanhas, dispostas como que em camadas, dando a sensação de não haver saída, como se estivéssemos num lago. Após os motores se terem desligado reinava um silêncio total, quebrada ocasionalmente pelos saltos dos peixes e o som abafado que vinha da cozinha enquanto a tripulação preparava o jantar. É estranho sabermos que estamos no mar mas não se sentirem nem ondas nem se ouvir o vento ou o marulhar das águas.



O jantar, servido no exterior do barco, foi composto por amêijoas, lulas com cebola, os habituais spring rolls de camarão, vários tipos de legumes cozidos e arroz. No final havia peras.



O resto do serão foi passado em animada conversa com a nossa companheira de viagem e a actualizar as notas de viagem. Reinava o silêncio. Quando as pálpebras começaram a pesar foi altura para recolher ao quarto; o sono não foi muito pacifico pois o colchão, envolvido em plástico, fazia um barulho bastante desagradável., capaz de despertar o sono mais pesado.



Acordámos bem cedo e podemos ver o nascer do dia, com a luz gradualmente a dar volume às montanhas que nos rodeavam. O dia amanheceu como tinha terminado o anterior: nublado.
Começa a actividade; ouvem-se ao longe motores de barcos, vozes, latidos o cantar de um galo.....

Enquanto aguardávamos pelo pequeno almoço, presenciámos momentos de uma beleza de cortar a respiração. Duas espécies de animais rasam as águas desta baía: por cima, rasando as águas voam bandos de pássaros de dorso escuros e asas brancas; debaixo de água deslizam suavemente mantas com as suas grandes “asas” abertas, cuja cor branca contrasta com o azul escuro do mar.



Depois de termos tomado o pequeno almoço, mais uma vez pão com ovos mexidos e bananas, acompanhado pelo café vietnamita, começo a chover. Inicialmente uns pingos, depois de forma intensa. Era suposto irmos visitar umas grutas de kayak mas com a chuva não nos sentimos com coragem.



Apesar do sol não se ter mostrado, a paisagem não deixou de impressionar, tendo as nuvens
acentuado o tom de mistério que envolve estar calmas e silenciosas águas




Quando voltamos a Cát Bà, depois da noite passada em Ha Long Bay, no porto não havia ninguém para nos ir buscar de mota, talvez por temos chegado mais cedo, talvez por estar a chover...... talvez por se terem esquecido de nós.
Esperámos que a chuva abrandasse e fizemo-nos ao caminho na companhia da Julia, e em pouco mais de meia hora estávamos de novo junto ao nosso hotel, onde nos despedimos.
Como não havia muito mais para ver e o tempo estava chuvoso decidimos sair da ilha em direcção a Hà Nôi. Comprámos os bilhetes numa das muitas agências de viagens, que por 180.000VND, incluía o transporte do cidade até ao barco, o barco, um bus do porto até à estação de camionagem de Hài Phòng e outro bus até Hà Nôi…. Bastante mais barato do que a viagem de Hài Phòng para a ilha, onde fomos fortemente enganados!!!
O horário do autocarro permitiu-nos ter tempo para relaxar um bocado num café junto ao porto, para ir a um posto de internet (que existem por todo o lado, mesmo nas pequenas povoações) e para um rápido almoço num sofisticado e ocidentalizado restaurante: Green Mango, que por 135.000 VND.



Green Mango
Group 19, Block 4, 1-4 Street
Cat Ba Town
Cat Ba Island
Phone: +84 (031) 88 7151

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